sexta-feira, 30 de abril de 2010

O futuro que morreu.

Tantos amantes e nunca mais nenhum amor amável-Esse foi o seu primeiro pensamento ao levantar da cama as 06:00 da manhã, com dores de cólicas que pareciam plantas carnívoras que a comiam corpo à dentro.
Um dia ela conheceu o amor que sempre ouvira nas canções e lera nas literaturas românticas com finais felizes. Mas, esse amor mudou.
Mudou de lar, mudou de ar, mudou de ser.
O que nunca mudou foi o vazio que ficou.
De lá para cá, nunca mais houve nem de perto o que se pudesse acreditar na possibilidade de preencher.
Fisgada pela dor latente em seu ventre ela voltou para realidade e pegou na bolsa seu remédio para à cólica e na esperança que ele também cessasse a dor do coração tomou e esperou aquela sensação aguda que a molestava partir.
Minutos depois estava trancada no banheiro aos prantos. E não porque a cólica não passará, mas por sua saudade engolir seu fôlego e sem medida alguma tontear seus pensamentos.
Quando a turbulência deu uma trégua e ela conseguiu se recômpor, como frutas maduras que caem do pé, uma a uma, seus sentimentos fizeram sentido lhe revelando o óbvio:Ela foi amada sublimemente e da forma mais veemente e pura que um amor pode se render.
Por fim, limpou o rosto e agradeceu por também ter amado aquele homem e por vários dias ter tido ele compondo seu sorriso, seu espírito. E com a leveza renovada depois de tantas lágrimas, o que restou foi a certeza que ela foi verdadeiramente feliz.

Bruna Sousa


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lá e cá.

Tantas bocas a me dizer o que eu não consigo entender.
Nunca é fácil enxergar através de um vidro embaçado.
Alheio a tudo isso continuo à seguir.
Prosseguindo na calma de um abraço.
A consciência garante o que tenho e porque faço.
O que parece um enigma é tão somente uma ilusão que se esconde por entre o medo da indecisão.
E na confusão de um silêncio todos os gestos são medidas de um atraso.
E o resultado?
Vidro quebrado,
Pés cortados,
Emboscada da intuição.
Bruna Sousa