sábado, 13 de fevereiro de 2010

O desejo de fazer as horas girarem mais devagar.

Bailarina flutuando entre o espaço dos pássaros,
Desfazendo o rabisco do velho papel amassado.

O vinho na esteira esticada,
O violão com as cordas afinadas.

Corpos suados no mesmo compasso,
Quebrando as horas, contrariando os astros.

Lembrando o lugar,
Revivendo a mais bela e forte memória.

Saudade da bossa nova,
Da nova velha e sempre história.

Enxergando o erro geográfico,
Só resta desejar que o relógio perca seus ponteiros.

Ficando no segredo e partindo sempre com o coração cheio de medo
Observam o despertar,

E no fim ela sempre pergunta enquanto o ouve cantar: Porque há sempre de findar?

Bruna Sousa

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Contraveneno

Na maioria das vezes o sentir cega o que realmente somos.
Camufla a essência.
Sendo assim, precisamos fazer uso do alheio e aceitar a opinião.

Perder a esperança é para a inocência cansada dos mais velhos.
Querer bem não é o bastante se não houver disposição para incendiar a ferida quando necessário.
A obsessão é veneno da mente.

Bruna Sousa

Primeira cena.

Não quero mais me desmentir, a cor deforma.

Buscando o sentido se perde a calma, afoga a alma.

Ainda que tarde o despertar de ver o tempo correr, eu quero a sina da cena.

E sem sair do meu lugar sou a primeira a acenar o adeus deste que poderia ser um poema.

Contrariando o que se vê, a minha boa e companheira contradição entorta o amor.

Mas e daí, a prudência nem sempre é abrigo dos sábios, por isso, o clichê de um tolo pode ser a coragem que falta.

O sossego cansou minha devoção.
E quem se atreve a me dizer do que é feita a perfeição?

O meu pecado é o obvio da sinceridade aparente. Muitas vezes deixar "ser", preocupa o quanto eu posso adivinhar.

Bruna Sousa